quinta-feira, 21 de junho de 2012

Hotéis e pousadas no Brasil abrem as portas para turistas com animais de estimação





Os seres humanos providenciaram a reserva e o que se vê na recepção do hotel são malas com rodinhas, bolsa de mão e outra bolsa se mexendo, com um cachorro dentro. Ou o bicho na guia, já fuçando o tapete e as plantas ornamentais, olhando para um cenário estranho: um lobby reluzente, uma lareira crepitando, gente que ele nunca viu ou cheirou na vida se aproximando do dono. Um check-in com latidos e rabo abanando.

No Brasil, os hotéis que recebem os animais de estimação dos hóspedes já são contados em centenas, concentrados principalmente em cidades turísticas das regiões Sudeste e Sul. A política pet-friendly se espalha por hotéis de luxo, hotéis-fazenda, pousadas aconchegantes, hospedagens de todos os tipos e preços, localizadas em centros urbanos, nas montanhas ou próximas do mar. Cachorro adora a areia da praia, ainda que nem sempre possa frequentá-la.

Metrópoles como Rio de Janeiro e São Paulo dão boas-vindas a turistas acompanhados de cães e gatos em estabelecimentos que são ícones da hotelaria, como Copacabana Palace, Fasano, Hilton, Mercure e Atlantica Hotels. Esta rede, por exemplo, recebe os pets dos hóspedes em capitais como Curitiba (PR), Aracaju (SE), Goiânia (GO) e em hotéis de um bairro nobre paulistano, os Jardins.

“Qual é a raça dele? Qual o tamanho?” Em geral, o diálogo para a reserva começa assim. Cães mini, pequenos e médios, com peso máximo de 10 kg, geralmente são mais bem aceitos, mas negociações acontecem. No Rio, a recepção do La Maison Boutique Guest House, na Gávea, informa que o estado de espírito do bicho conta mais do que o tamanho, a fim de que a tranqüilidade dos hóspedes não seja perturbada. Também no Rio, Luciana de Lamare, da Casa Amarelo, um casarão restaurado em Santa Teresa, diz que pode abrir exceções.

“Um dos nossos hóspedes trouxe um cão de grande porte treinado para resgate de epilépticos”, recorda-se. “Por essa razão, seria interessante que o cliente informasse sempre a raça do animal e o tipo de treinamento que ele tem antes de efetuar a reserva”. Em Piedade (SP), a pousada Ronco do Bugio, que integra a seleta associação Roteiros de Charme, aceita cães de qualquer tamanho e permite que eles acompanhem os donos na hora das refeições, numa área reservada do restaurante.

Os mimos e serviços oferecidos aos bichos variam e, com eles, as taxas cobradas, que podem ser por dia ou por estada, independentemente do número de dias. 

Em São Paulo, o Quality Jardins oferece vasilhas para água e comida e um brinquedinho para os cães. Em Gravatá, no interior de Pernambuco, os animais dos hóspedes do Oásis Boutique Hotel & Spa podem ser recepcionados pelos mascotes dos donos do hotel, que se apresentam como “pet lovers”.

Vários estabelecimentos nem cobram taxas para os pets, enquanto o acréscimo às diárias em hotéis de luxo pode chegar a R$ 400, como no Copacabana Palace, um dos símbolos da hospedagem de luxo no Brasil. No Hotel Fasano em São Paulo, cães pequenos ou médios, de até 10 kg, podem compartilhar com os donos o conforto dos tapetes persas dos apartamentos e suítes: o serviço VIPet oferece caminha, brinquedos e vasilhas para comida e água. Não há taxas extras para os mascotes no Fasano mas, havendo dano ao mobiliário, ele será cobrado dos hóspedes no check-out.

Turistas que viajam com cães precisam se certificar sobre as áreas sociais em que os bichos podem ou não circular. É comum impedir o acesso canino a restaurantes e piscinas, ou solicitar que o cãozinho seja carregado no colo no elevador e na recepção do hotel . Vale lembrar que a diversão e o conforto de estar próximo do dono inclui a vida lá fora, longe do quarto do hotel. O Sheraton de Porto Alegre, por exemplo, fica a apenas 100 metros de uma privilegiada área de lazer.

Parque Moinhos de Vento. Em Gramado, os proprietários das pousadas Colina de Pedra e Bangalôs da Serra permitem que os cães circulem soltos por jardins, trilhas e lagos, desde que não ofereçam risco aos outros hóspedes.

De acordo com o site Turismo 4 Patas, um portal que lista centenas de hotéis “pet friendly” em 17 Estados do país, em estabelecimentos como a Pousada dos Deuses, de Paraty, os bichos têm circulação liberada nos jardins e varandas e os hóspedes podem tomar banho de rio com os cães de estimação. E em São Miguel do Gostoso (RN) o quintal com dezenas de árvores frutíferas da Pousada Mar de Estrelas forma um playground dos sonhos para pets e os donos.

Viajar com bichos tem a graça de proporcionar uma mudança radical de pontos de vista. Se existe uma piscina natural se oferecendo ao ar livre, por que não se jogar nela, como fazem os cães, sem pedir licença, sem se preocupar com a gripe depois? Não deixaram o seu poddle freqüentar o salão do breakfast? Azar, ele não gosta de granola mesmo. O hotel pertence a uma grife multinacional ou tem só seis quartos? Tanto faz. Para animais de estimação, como o nome já diz, ter o dono por perto basta.



Fonte: Portal Educação

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